segunda-feira, 3 de novembro de 2008

As conclusões

A 20 de Novembro do ano passado, dois dias antes da explosão, os três arguidos foram ao número 13 da Praceta Afonso Paiva para fazerem um teste à coluna de gás instalada numa zona comum do edifício. Já tinham instalado gás natural num prédio vizinho e não foram registados quaisquer problemas. A Setgás e a Gasfomento, como responsáveis pelo fornecimento e instalação do gás natural, e a Ecatotalinsp, como verificadora das condições de segurança.
Durante o teste, terá havido uma fuga de gás propano, que se acumulou no 11º C, na altura vazio. Dois dias depois, quando a porta do apartamento foi aberta pelo morador, houve uma violenta explosão. Três andares voaram e o homem ficou soterrado debaixo de uma parede. As portas do elevador foram arrancadas. As ondas de choque atingiram prédios vizinhos e partiram montras a 80 metros. Não houve feridos graves. Mas a investigação apurou que não terão sido seguidos os procedimentos correctos e que houve negligência grosseira por parte dos técnicos envolvidos.
"Os técnicos limitaram-se a verificar se havia fugas na coluna e não havia. E se havia, já lá estava, não foram eles que a provocaram", diz o administrador da Setgás, Machado Ferreira. "Não detectámos qualquer erro nos procedimentos e sinceramente não consigo perceber o que é que aconteceu, Mas duvido que tenha sido do gás".
O funcionário sob suspeita continua a trabalhar normalmente. Nuno Nicolau, da Ecatotalinsp, confirma as buscas e a constituição de arguido "de um ex-colaborador" e não teme quaisquer pedidos de indemnização. "Não estamos envolvidos em nada que possa ser considerado crime". As três empresas continuam a trabalhar no distrito de Setúbal. Nem a autarquia nem os Serviços de Protecção Civil têm, legalmente, competência para fiscalizar ou auditar este tipo de obras.