Chegou a altura de fazer o primeiro balanço mas começam a faltar palavras para descrever o que se passa …
Há seis meses os benfeitores do costume prometeram ajuda e fizeram declarações de amor eterno mesmo a tempo dos telejornais.
Especialistas na solução das desgraças alheias professaram uma solução célere para este acontecimento singular.
Venderam-nos a ladainha do costume e com profunda convicção moldaram o discurso ao ritmo da desgraça alheia.
Mas o circo mediatico rapidamente foi ultrapassado por outras tragédias de maior ou menor dimensão.
Claro que tudo é mais claro agora, e se não servir para mais nada, este momento deve servir para sairmos da nossa zona de conforto(os que a têm) e reflectir sobre a realidade.
É extraordinário que 6 meses passados continuemos a pagar esta pesada factura, num marasmo decadente, apático e sem solução a vista .
É extraordinário que os cidadãos só sirvam para encher os bolsos de politicos acéfalos e rasteiros, protegidos por leis por eles aprovadas mas não cumpridas
É extraordinário que os cidadãos paguem a peso de ouro a fiscalização de leis e regras que (des)regulam a vida em comunidade e que os organismos públicos nos vendam gato por lebre criando uma falsa ilusão de segurança…
É extraordinário que a nossa Policia Judiciária demore tanto tempo a descobrir o que toda a gente sabe e comenta…
É extraordinário que empresas anafadas, que facturam milhões todos os dias e que contribuem em variados campos comerciais para o nosso empobrecimento, não assumam as suas responsabilidades…
É extraordinário que a Câmara duma cidade falida tenha como unica solução entregar a responsabilidade de resolver os problemas aos seus habitantes.
É extraordinário ….como ainda não agarrá-mos no braço desta gente e lhes mostrámos o caminho da Rua
Mas ainda mais extraordinária é a nossa capacidade para sofrer e moldarmos a nossa vida a esta situação.
Fomos roubados dentro da nossa casa, não sabemos por quêm, como, nem porquê...
Continuámos a mostrar a nossa dignidade até agora, mesmo nos momentos em que o coração bate mais forte, as pernas ficam bambas e as lágrimas aparecem
Temos assistido incomodados a um corropio de soluções tortas e coxas, com avanços e recuos, e com promessas implicitas de melhores dias.
Quando El Rei D.Sebastião cortar a fita da inauguração vamos sentir que somos os donos do Mundo, só temos que esperar que ele encontre o manual do GPS e se consiga desenvencilhar do nevoeiro …
Vende-se .....Igreja
Há 15 anos